30 de Abril de 1935
Pastor H. W. Carr
164 Saxton Street
Lookport, New York.
Caro Irmão Carr:
Tenho em minhas mãos sua carta de 24 de Janeiro. Por alguns meses, tenho estado tão pressionado com o trabalho relacionado aos manuscritos que estamos preparando para imprimir, que minha correspondência teve que esperar.
Em sua carta, você me pede para contar o que entendo ser a posição de minha mãe em relação à personalidade do Espírito Santo.
Isso eu não posso fazer porque eu nunca entendi claramente seus ensinos sobre esse assunto. Sempre houve em minha mente alguma confusão a respeito do significado das expressões dela que, para a minha forma de raciocinar, parecem ser um pouco confusas.
Freqüentemente tenho lamentado não possuir a capacidade mental que poderia resolver esta e outras perplexidades semelhantes, e então, relembrando o que a irmã White escreveu nos "Atos dos Apóstolos", págs. 51 e 52 a "respeito dos mistérios que são muito profundos para a compreensão humana, o silêncio é ouro". Tenho achado melhor me refrear desta discussão e me esforçar para dirigir minha mente a assuntos fáceis de serem compreendidos.
Enquanto eu lia a Bíblia, eu encontrei que o Salvador ressurreto soprou nos discípulos (João 20:22) e disse a eles "Recebei o Espírito Santo". O conceito gerado através deste texto das Escrituras parece estar em harmonia com a declaração do "Desejado de Todas as Nações", pag. 669, também Gênesis 1:2; com Lucas 1:4; com Atos 2:4; 4:12; 8:15; 10:44. Muitos outros textos poderiam ser citados e que parecem estar em harmonia com esta declaração do "Desejado de Todas as Nações".
As declarações e os argumentos de alguns dos nossos ministros em seu esforço para provar que o Espírito Santo era um pessoa como é Deus, o Pai e Cristo, o eterno Filho, têm me deixado perplexo e algumas vezes eles me tem entristecido. Um mestre popular disse: "Podemos considerá-Lo (O Espírito Santo) como o companheiro que está aqui embaixo fazendo as coisas aconterem."
Minhas perplexidades foram minimizadas quando aprendi, no dicionário, que um dos significados de "personalidade" era
características. Isto está declarado de tal forma que eu concluí que pode haver personalidade sem uma forma corpórea a qual o Pai e o Filho possuem.
Há muitos textos das Escrituras que falam do Pai e do Filho e a falta de textos que fazem referência similar ao trabalho unido do Pai e o Espírito Santo ou Cristo e o Espírito Santo me tem feito acreditar que o espírito sem individualidade era o representante do Pai e do Filho através do universo, e vem sendo através do Espírito Santo que eles habitam em nossos corações e nos fazem um com o Pai e com o Filho.
Minha resposta para a segunda pergunta "Em algum lugar, os escritos da Irmã White ensinam que a oração deve ser dirigida unicamente ao Pai, ou que nós não nos devemos dirigir a Cristo em oração, somente ao Pai", eu penso que não. Eu não encontrei este ensino nos escritos de Ellen White.
Sua terceira pergunta "Ela, em algum lugar, diz qual é o poder que "armará as tendas do seu palácio entre o mar grande e o glorioso monte santo". Devo responder da mesma forma. Acho que não. Não encontramos nenhuma declaração sobre isso nos escritos da irmã White nem nos lembramos de nenhuma declaração feita verbalmente em nossa presença.
Junto com essa breve carta você encontrará nosso periódico (News Letter) de 4 de Abril.
Eu oro para que voce possa receber ajuda dos céus no estudo daquilo que é necessário saber e paciência para esperar por uma revelação a respeito daquilo que hoje é incerto para nós.
Saudações Cordiais do seu irmão.
W. C. White
WCW: lfv.
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